Páginas

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Filho de uma reação.

Não quero viajar

Num barco em que a lua

Não se põe

E que o sol não queima


Não quero ficar

Numa terra de alegria

Num bosque de crianças perdidas

Numa vida inóspita


Não quero tentar

Numa veia de sangue verde

Num carro de asas

Numa flor com moscas


Não quero agir

Numa corrente de brisa

Num fogo frio

Numa televisão imaginária


Não quero fazer

Numa janela de barro

Num corpo sem carne

Num fio frágil


Não quero ouvir

Numa semente de luz

Num calor de calafrios

Numa correnteza de olhos


Não quero ser

Numa tampa de esgoto

Num rato de giz

Numa boca enigmática


Não quero dançar

Numa nuvem azul

Numa onda negra

Num disco de vidro


Não quero ser eu

Numa vida rala

Num caminho com volta

Numa noite sem estrela


Não quero ser um ponto final.

Emanuel Fernandes

26 de junho de 2009 d.C.


Olá !

Hoje estou sem inspiração, apesar de não ter motivos para isso. Esse poema foi feito num dia que conheçi um novo modo de escrever, obviamente esse modelo não foi de minha autoria ( até porque não tenho maturidade suficiente para produzir "modelos de escrita"), foi da banda Vanguart. Todas suas letras, ou melhor, a maioria é desse modo, normalmente sem sentido, sem nexo, e por isso ganha várias interpretações, cada uma delas de acordo com seu momento em que a lê. Sugiro que ouça sempre essa banda, é um ótimo ritmo e belíssimas canções.

Até mais, abraço a todos.

Emanuel Fernandes.


2 comentários:

  1. Caraca...
    Poema mto show... Detalhes ricos... expressividade... ficou muito bom mesmo... cara... criar "modelos de escrita" não exigem maturidade, exige prática e tempo... Depende do que fica confortável no seu estilo... A não ser que você esteja falando de modelos para outros escreverem, aí ainda nem é tanto maturidade é renome... fama, talvez, ou algo parecido.

    ResponderExcluir
  2. Não gostei muito da letra... Concordo que um poema possua figuras de linguagem, sentidos escondidos mas... Assim já é demais... Embora se qualquer um se esforçar, possa fazer aflorar um sentido... O poema parece louco... A loucura poética consumiu o autor -.-'

    ResponderExcluir