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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Começar

O fim não é fim, quando há o que ser lembrado. Se há o que ter na memória, o fim não pode ser considerado fim. Fim, palavra que no mesmo tempo é curta, é longa, no que se diz respeito à memórias. Ele é grosso e sarcástico, irreverente muitas vezes, porém quase sempre destrutivo. Quem poder ver, um dia, um invento que possa destruir o fim, será o mais sortudo do mundo. Quem deras, se eu pudesse ser ele, seria mais sorte ainda. Nem sempre é triste um fim, muitas vezes pode ser alegre, um fim de briga, um fim de fome, quando se está tão apertado de ir no banheiro e consegue chegar a tempo, isso também pode ser um fim bom. Tudo pode se chegar a um fim, no entanto, sempre pode, ou melhor, sempre há um começo depois de um fim, seja trágico, seja hilário. O importante é sempre recompor-se, criar, investir num novo começo, um começo, diria, infinito.

E esse texto nunca terá um fim, pois por mais que acabe, ele sempre será lembrado em minha mente.


Por Emanuel Fernandes
23 de Dezembro de 2010 d.C.

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